Desci do ônibus e logo levei um susto. Anta Gorda não era mais a mesma. Tudo havia mudado. Seria injusto dizer que a praça estava mais florida que antes ou que o trânsito estava bem organizado e casava perfeitamente com a educação dos pedrestes. Não era tão simples. A cidade pequena que eu havia deixado uns anos antes agora era praticamente outra.
As diferenças foram sentidas por mim logo quando coloquei os pés no ônibus e percebi o conforto e a qualidade daquela viação. Impressionante! Até a companhia de ônibus estava melhor. Outro nível.
Passado o susto, ainda na rodoviária, resolvi pegar um táxi, o que anos antes seria considerado o cúmulo da mordomia ou da pobreza de espírito envolvendo aí a preguiça de andar poucos minutos. É possível ainda ouvir, num passado não muito distante, a crítica ferrenha dos habitantes mais antigos, coisas do tipo "não pode ver um carro que vai entrando". Enfim.
Enquanto me vangloriava por dentro - meio redundante isso, não? - por andar de táxi e fazer parte de algo vanguardista da cidade, o taxista admirando a minha cara de idiota, perguntou:
- É a primeira vez que o rapaz vem pra Porto Alegre?
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